Muitas dificuldades entre companheiros, pais e filhos, chefe e subordinado, vizinhos podem ser superadas ou amenizadas com a Comunicação Não-violenta. Essa é uma ferramenta simples e poderosa desenvolvida pelo psicólogo Marshall B. Rosenberg e difundida em vários países.

A Comunicação Não-violenta (CNV) apresenta uma maneira de nos expressar e de ouvir os outros que promove respeito e empatia. O processo da CNV possui quatro componentes:

  1. Observação;
  2. Sentimento;
  3. Necessidades;
  4. Pedido.

Em primeiro lugar, OBSERVAMOS o que está acontecendo em uma situação sem fazer nenhum julgamento ou avaliação. Assim, nos concentramos em apenas identificar o que nos agrada ou desagrada naquilo que o outro está dizendo ou fazendo, sem tecer críticas. Depois disso, reconhecemos como nos SENTIMOS ao observar aquela ação: irritados, tristes, com medo etc. O terceiro passo é reconhecer quais de nossas NECESSIDADES estão conectadas a esses sentimentos.

Por exemplo, o marido poderia seguir esses três passos ao se comunicar com a esposa: “Juliana, quando você tenta conversar comigo durante o jogo de futebol, fico irritado, porque quero ficar atento a todos os momentos da partida”.

Seguindo o modelo da CNV, ele continuaria com o quarto componente, fazendo um PEDIDO específico: “Você poderia aguardar para conversar comigo quando terminar o primeiro tempo do jogo?”. O pedido esclarece o que estamos querendo da outra pessoa.

Não é difícil concluir que esse jeito de se expressar reduz bastante a chance de se gerar uma briga entre o casal…é muito diferente de uma queixa do tipo: “Juliana, você é muito chata! Pára de falar e não enche meu saco!”. O problema não é a Juliana, a questão central é a necessidade do marido de não ser interrompido.

Da mesma forma que expressamos esses quatro componentes com clareza, a CNV propõe que recebamos essas quatro informações dos outros. Através de questionamentos, buscamos tornar mais claro o que o outro está observando, sentindo e necessitando, em vez de dianosticar e julgar.

Por isso Marshall também se refere à Comunicação Não-violenta como “linguagem da compaixão”. Compaixão não significa sentir piedade, como se o outro fosse impotente e menor que eu. Compaixão é o desejo de que o outro esteja livre de sofrimento. Nesse sentido, saber ouvir profundamente o que de fato está sendo dito pelo outro é uma forma de despertar nossa própria compaixão.

Nos próximos textos, vou apresentar algumas técnicas da CNV que facilitam a aplicação dessa forma de comunicação.

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