ABORDAGEM

ABORDAGEM SISTÊMICA

A terapia sistêmica se propõe a pensar as pessoas em contexto, em processo, e em relação.

Vemos as pessoas em contexto, ou seja, compreendemos que o indivíduo não está isolado. Ele interage com outras pessoas e sistemas, influenciando e sendo influenciado por elas, de modo que há uma interdependência entre ele e seus contextos. Portanto, não podemos dizer que o indivíduo é uma coisa ou outra, porque a forma que ele sente, pensa e age varia conforme os contextos: no sistema familiar, no subsistema parental, no subsistema conjugal, no contexto profissional etc. Por exemplo, podemos ver uma pessoa como autônoma e dependente, conforme o contexto relacional. Ou seja, saímos da visão simplificada de que uma pessoa é dependente ou autônoma, é uma coisa ou outra, e enxergamos como a pessoa está dentro das redes de relações. “Pensar complexamente é pensar e aceitar a contradição, confrontá-la e superá-la, sem negá-la e sem querer reduzi-la” (Maria José Esteves de Vasconcelos, 2007).

Na terapia sistêmica, também vemos as pessoas e os sistemas em processo de tornar-se, isto é, em constante mudança. Dessa visão decorre a compreensão da imprevisibilidade e incontrolabilidade de muitos acontecimentos em nossas vidas que nos levam a nos organizarmos de novos modos ao longo do tempo. Perde-se um emprego, uma pessoa próxima, um relacionamento, torna-se adolescente, um filho nasce, um filho sai de casa, pais se tornam avós etc. Cada novo evento importante impacta toda a teia do sistema familiar na medida que surge uma nova configuração. Sabemos, também, que as pessoas e os sistemas podem dar saltos qualitativos para uma nova forma de funcionamento quando vivenciam crises.

Por fim, vemos as pessoas em relação com outras e com o mundo ao seu redor. Vemos a realidade que o indíviduo construiu para si a partir do modo que se relaciona com a vida, sabendo que não há uma realidade em si. Assim, levamos em consideração que não há um ponto de vista que dê conta da totalidade do real, e as diferentes visões podem ser complementares. Não há uma clareza entre o certo e o errado, pois definir um certo e um errado significa se fixar em um determinado ângulo.

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